NOT FROM THE NORTHERN ROAD,
NOT FROM THE SOUTHERN WAY
Armandina Ramos
Na sexta-feira, 12 de junho, acordei às seis horas. Pudera! Era o dia do meu aniversário.
Muito se riu quem participou.
Quando o frio e a chuva chegaram em força ficou claro que necessitávamos de um tecto e começou a busca de um espaço onde pudéssemos realizar o nosso trabalho.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.
Assim se passaram seis meses e a chuva começava a deteriorar os caixotes de livros, mobílias e tudo o que tínhamos guardado num quintal debaixo de plásticos.
A casa voltava
ao ventre do silêncio
e dava vontade de nascer.
Que saudade
tenho de nascer.
Meu anjo, não durmas triste, pedia.
E eu não sabia
se era comigo que ela falava.
– Vens?
A . Não, vamos indo demasiado depressa. Detenhamo-nos em ver o que é causa, o que é efeito. Vou pela rua, um matulão esbarra comigo, dá-me de propósito um encontrão, descomponho-o, ele insulta-me, parto-lhe a cara.
Continuamos a acreditar na participação cidadã, na democracia directa, na partilha de saberes e conhecimentos, na solidariedade e no dar a mão a quem mais necessita.
Ah, tudo é símbolo e analogia!
São sombras de mãos cujos gestos são
A ilusão mãe desta ilusão.
E levito, voo de semente,
para em mim mesmo te plantar
menos que flor: simples perfume,
lembrança de pétala sem chão onde tombar
As nações todas são mistérios.
Cada uma é todo o mundo a sós.
Not from the northern road,
Not from the southern way,
A humanidade é uma revolta de escravos.
FONTES
"O Diário de Anne Frank" - Anne Frank
Mia Couto (http://www.contioutra.com/dez-inesqueciveis-poemas-de-mia-couto/)
Fernando Pessoa (http://arquivopessoa.net/textos/4307)
"Memórias de Anne Frank" - Theo Coster
"Um Olhar sobre o 'Diário de Anne Frank'" - Marta Magalhães
http://www.fabricadealternativas.pt/a-nossa-historia
NOT FROM THE SOUTHERN WAY
Armandina Ramos
Na sexta-feira, 12 de junho, acordei às seis horas. Pudera! Era o dia do meu aniversário.
Muito se riu quem participou.
Quando o frio e a chuva chegaram em força ficou claro que necessitávamos de um tecto e começou a busca de um espaço onde pudéssemos realizar o nosso trabalho.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.
Assim se passaram seis meses e a chuva começava a deteriorar os caixotes de livros, mobílias e tudo o que tínhamos guardado num quintal debaixo de plásticos.
A casa voltava
ao ventre do silêncio
e dava vontade de nascer.
Que saudade
tenho de nascer.
Meu anjo, não durmas triste, pedia.
E eu não sabia
se era comigo que ela falava.
– Vens?
A . Não, vamos indo demasiado depressa. Detenhamo-nos em ver o que é causa, o que é efeito. Vou pela rua, um matulão esbarra comigo, dá-me de propósito um encontrão, descomponho-o, ele insulta-me, parto-lhe a cara.
Continuamos a acreditar na participação cidadã, na democracia directa, na partilha de saberes e conhecimentos, na solidariedade e no dar a mão a quem mais necessita.
Ah, tudo é símbolo e analogia!
São sombras de mãos cujos gestos são
A ilusão mãe desta ilusão.
E levito, voo de semente,
para em mim mesmo te plantar
menos que flor: simples perfume,
lembrança de pétala sem chão onde tombar
As nações todas são mistérios.
Cada uma é todo o mundo a sós.
Not from the northern road,
Not from the southern way,
A humanidade é uma revolta de escravos.
FONTES
"O Diário de Anne Frank" - Anne Frank
Mia Couto (http://www.contioutra.com/dez-inesqueciveis-poemas-de-mia-couto/)
Fernando Pessoa (http://arquivopessoa.net/textos/4307)
"Memórias de Anne Frank" - Theo Coster
"Um Olhar sobre o 'Diário de Anne Frank'" - Marta Magalhães
http://www.fabricadealternativas.pt/a-nossa-historia