EU NÃO ESQUEÇO O QUE QUERIA ESQUECER
Catarina Novais
A - Eu não esqueço o sonho de ontem. Queres saber qual é?
Se sim, segue para B.
Se não, segue para K.
B – Eu não esqueço que acordei com o som das sirenes. Queres saber o que vi depois?
Se sim, segue para C.
Se não, segue para O.
C – Eu não esqueço que vi aviões pelos céus. Queres saber qual foi a seguinte imagem?
Se sim, avança para D. Se não, segue para V.
D – Eu não esqueço que vi bombas caírem. Queres saber o que vi a seguir?
Se sim, avança para E.
Se não, segue para Q.
E – Eu não esqueço que vi um prédio arder. Queres saber o que também vivi?
Se sim, avança para F.
Se não, segue para S.
F – Eu não esqueço os gritos que ouvi nem o medo que senti. Queres saber o que se seguiu?
Se sim, avança para G.
Se não, segue para J.
G – Eu não esqueço os som das janelas enquanto partiam. Queres saber o que ainda lembro?
Se sim, avança para H.
Se não, segue para R .
H – Eu não esqueço que perdi os sentidos e que quase morri. Queres saber o que aconteceu a seguir?
Se sim, avança para I.
Se não, segue para M.
I – Eu não esqueço que me olhei no espelho e vi apenas um vulto de sangue. Queres saber como reagi?
Se sim, avança para J.
Se não, segue para Q.
J – Eu não esqueço que fugi para o bunker apenas com a roupa do corpo. Queres saber o que aconteceu no dia seguinte?
Se sim, avança para K . Se não, segue para L.
K – Eu não esqueço que acordei porque ouvi uma criança chorar. Queres saber onde?
Se sim, avança para L . Se não, segue para T.
L – Eu não esqueço que estavam mais de cem pessoas no bunker. Queres saber o que veio depois?
Se sim, avança para M . Se não, segue para U.
M – Eu não esqueço o quanto o chão tremeu. Queres saber o que pensei depois?
Se sim, avança para N . Se não, segue para V.
N – Eu não esqueço que pensei que ia morrer. Queres saber o que vi nesse dia?
Se sim, avança para O . Se não, segue para I.
O – Eu não esqueço que vi uma menina ser atacada enquanto andava numa bicicleta. Queres o que também nunca esqueci?
Se sim, avança para P . Se não, segue para X.
P – Eu não esqueço as despedidas que vi. Queres saber o que me aconteceu?
Se sim, avança para Q.
Se não, segue para Y.
Q – Eu não esqueço os estilhaços que dilaceraram a minha cara. Queres saber como fiquei?
Se sim, avança para R.
Se não, segue para Z.
R – Eu não esqueço que perdi a visão. Queres saber o que também perdi?
Se sim, avança para S.
Se não, segue para L.
S – Eu não esqueço que perdi tudo o que tinha. Queres saber quem também perdeu?
Se sim, avança para T.
Se não, segue para L.
T – Eu não esqueço que a criança ficou orfã.
Queres saber quem também ficou sozinho?
Se sim, avança para U.
Se não, segue para L.
U – Eu não esqueço que a maioria dessas pessoas morreram. Queres saber o que pensei?
Se sim, avança para V.
Se não, segue para W.
V – Eu não esqueço que pensei que o mundo ia desabar. Queres saber se sobrevivi?
Se sim, avança para W.
Se não, segue para S.
W – Eu não esqueço que consegui fugir da guerra. Queres saber o que aconteceu à menina?
Se sim, avança para X.
Se não, segue para Z.
X – Eu não esqueço que ela não teve a mesma sorte do que eu. Queres saber quem nunca esqueci?
Se sim, avança para Y.
Se não, segue para W.
Y – Eu não esqueço as pessoas que nunca mais vi. Queres saber o que jamais esquecerei?
Se sim, avança para Z.
Se não, segue para W.
Z – Eu não esqueço as cicatrizes que fazem de mim um herói. Queres saber a minha história?
Se sim, volta a A.
Se não, obrigado por leres a minha história.
PROCEDIMENTO
Inspirando-me em relatos da atual guerra que ocorre na Ucrânia e dando largas à minha imaginação, criei uma história de um sobrevivente, através do método “conto à sua maneira” e baseando-me na ideia do texto I Remember, de Georges Perec e na fórmula descritiva de Rachel Sills, em Two Hundred Houses.
Catarina Novais
A - Eu não esqueço o sonho de ontem. Queres saber qual é?
Se sim, segue para B.
Se não, segue para K.
B – Eu não esqueço que acordei com o som das sirenes. Queres saber o que vi depois?
Se sim, segue para C.
Se não, segue para O.
C – Eu não esqueço que vi aviões pelos céus. Queres saber qual foi a seguinte imagem?
Se sim, avança para D. Se não, segue para V.
D – Eu não esqueço que vi bombas caírem. Queres saber o que vi a seguir?
Se sim, avança para E.
Se não, segue para Q.
E – Eu não esqueço que vi um prédio arder. Queres saber o que também vivi?
Se sim, avança para F.
Se não, segue para S.
F – Eu não esqueço os gritos que ouvi nem o medo que senti. Queres saber o que se seguiu?
Se sim, avança para G.
Se não, segue para J.
G – Eu não esqueço os som das janelas enquanto partiam. Queres saber o que ainda lembro?
Se sim, avança para H.
Se não, segue para R .
H – Eu não esqueço que perdi os sentidos e que quase morri. Queres saber o que aconteceu a seguir?
Se sim, avança para I.
Se não, segue para M.
I – Eu não esqueço que me olhei no espelho e vi apenas um vulto de sangue. Queres saber como reagi?
Se sim, avança para J.
Se não, segue para Q.
J – Eu não esqueço que fugi para o bunker apenas com a roupa do corpo. Queres saber o que aconteceu no dia seguinte?
Se sim, avança para K . Se não, segue para L.
K – Eu não esqueço que acordei porque ouvi uma criança chorar. Queres saber onde?
Se sim, avança para L . Se não, segue para T.
L – Eu não esqueço que estavam mais de cem pessoas no bunker. Queres saber o que veio depois?
Se sim, avança para M . Se não, segue para U.
M – Eu não esqueço o quanto o chão tremeu. Queres saber o que pensei depois?
Se sim, avança para N . Se não, segue para V.
N – Eu não esqueço que pensei que ia morrer. Queres saber o que vi nesse dia?
Se sim, avança para O . Se não, segue para I.
O – Eu não esqueço que vi uma menina ser atacada enquanto andava numa bicicleta. Queres o que também nunca esqueci?
Se sim, avança para P . Se não, segue para X.
P – Eu não esqueço as despedidas que vi. Queres saber o que me aconteceu?
Se sim, avança para Q.
Se não, segue para Y.
Q – Eu não esqueço os estilhaços que dilaceraram a minha cara. Queres saber como fiquei?
Se sim, avança para R.
Se não, segue para Z.
R – Eu não esqueço que perdi a visão. Queres saber o que também perdi?
Se sim, avança para S.
Se não, segue para L.
S – Eu não esqueço que perdi tudo o que tinha. Queres saber quem também perdeu?
Se sim, avança para T.
Se não, segue para L.
T – Eu não esqueço que a criança ficou orfã.
Queres saber quem também ficou sozinho?
Se sim, avança para U.
Se não, segue para L.
U – Eu não esqueço que a maioria dessas pessoas morreram. Queres saber o que pensei?
Se sim, avança para V.
Se não, segue para W.
V – Eu não esqueço que pensei que o mundo ia desabar. Queres saber se sobrevivi?
Se sim, avança para W.
Se não, segue para S.
W – Eu não esqueço que consegui fugir da guerra. Queres saber o que aconteceu à menina?
Se sim, avança para X.
Se não, segue para Z.
X – Eu não esqueço que ela não teve a mesma sorte do que eu. Queres saber quem nunca esqueci?
Se sim, avança para Y.
Se não, segue para W.
Y – Eu não esqueço as pessoas que nunca mais vi. Queres saber o que jamais esquecerei?
Se sim, avança para Z.
Se não, segue para W.
Z – Eu não esqueço as cicatrizes que fazem de mim um herói. Queres saber a minha história?
Se sim, volta a A.
Se não, obrigado por leres a minha história.
PROCEDIMENTO
Inspirando-me em relatos da atual guerra que ocorre na Ucrânia e dando largas à minha imaginação, criei uma história de um sobrevivente, através do método “conto à sua maneira” e baseando-me na ideia do texto I Remember, de Georges Perec e na fórmula descritiva de Rachel Sills, em Two Hundred Houses.