RISCOS DO DIA-A-DIA
Patrícia Leitão
1. Faixas de rodagem
2. Passadeiras
3. Linha contínua
4. Cabos de alta tensão
5. Cabos de eletricidade nos túneis
6. Varões de um carrossel
7. Ramos de árvores
8. Tabuinhas de madeira da mesa e das cadeiras de jardim
9. Ponte ede
10. Viaduto
11. Postes de eletricidade
12. Campo de ténis
13. Bola de ténis
14. Rede do campo de ténis
15. Cadeira de árbitro de ténis
16. Marcas da tostadeira na torrada
17. Ponteiros do relógio
18. Lugares de estacionamento
19. Cordões das sapatilhas
20. Trela do meu cão, Nico
21. Marcas no bacalhau assado na brasa
22. T-shirts às riscas que experimentei numa loja
23. Código de barras
24. Atravessar a passadeira com o sinal vermelho
25. Riscas no punho da camisa do senhor que viaja ao meu lado no metro
26. Gruas que se veem na minha rua e na cidade do Porto
27. Carris do metro
28. Linhas de eletricidade do metro
29. Risco amarelo no limite das plataformas do metro
30. Três traços no limite de cada degrau das escadas das estações do metro
31. Escadas rolantes
32. Mapa das linhas do metro nas estações e carruagens
33. Traços dos segundos num relógio gigante numa publicidade na estação da Trindade
34. Mecos para impedir o estacionamento
35. Gradeamento das escolas
36. Mastros sem bandeira na fachada da escola Rodrigues de Freitas
37. Divisões dos vidros das janelas
38. Bancos de pedra no largo em frente à escola Rodrigues de Freitas
39. Troncos de árvores
40. Estacas de madeira que seguram árvores jovens
41. Caleiras das casas
42. Canos que escoam a água das caleiras
43. Sinal de proibido
44. Grelhas de ventilação nos prédios
45. Sombra do gradeamento nos passeios às 13h30 num dia de sol
46. Sair de casa sem casaco com tempo instável
47. Sinal de rua sem saída
48. Alça da bolsa a tiracolo nas costas das pessoas que caminham à minha frente
49. Troncos finos de palmeiras
50. Cruz na capela do Bom Sucesso
51. Fita que delimita perímetro de circulação proibida
52. Tampas pequenas dos bueiros
53. Estacas das orquídeas na montra de uma florista
54. Logotipo da NOS
55. Livros nas prateleiras de uma livraria
56. Traços amarelos na capa do livro “Todas as crónicas” de Clarice Lispector
57. Anotar os riscos num bloco de notas enquanto caminho
58. Consultar o email no telemóvel
59. Rabiscos feitos num papel para ver se a caneta escreve
60. Ranhura feita numa lata para a reutilizar como mealheiro
61. Placas com os números dos autocarros nas paragens
62. Portadas antigas das janelas
63. Grades nas janelas das casas
64. Persianas totalmente descidas
65. Persianas descidas até meio da janela
66. Caixas do correio à porta dos prédios
67. Grades amarelas para assinalar obras
68. Espadas de São Jorge em floreiras nas varandas
69. Antenas nos telhados
70. Estendal de cordas nas varandas ou traseiras dos apartamentos
71. Varões amarelos nas portas dos autocarros
72. Sinal proibido parar e estacionar
73. Sinal proibido estacionar
74. Antenas dos carros
75. Sapatilhas Adidas das pessoas que viajam no metro
76. Riscas do colete refletor
77. Traços do painel de velocidade km/h do carro
78. Traços do painel de depósito da gasolina
79. Traços dos caracteres chineses num letreiro
80. Picos dos catos no quintal da minha mãe
81. Intercomunicadores à porta dos prédios
82. Raios das rodas das bicicletas
83. Formulário “Mapa de Serviços” afixado na entrada do prédio pelo condomínio
84. Dentes da escova de cabelo da minha mãe
85. Piaçabas da vassoura da cozinha
86. Fecho-éclair dos casacos
87. Sistema de ventilação no teto das carruagens do metro
88. Headphones ligados aos telemóveis das pessoas que viajam no metro
89. Andar com crianças no metro em dia de jogo no Dragão
90. Celebrar um golo do FCP num café repleto de adeptos benfiquistas
91. Linha amarela nas ruas
92. Carris dos elétricos
93. Não se colocar à direita nas escadas rolantes do metro
94. Insinuar que a comida feita pela mãe não está tão saborosa nesse dia
95. Rasto do avião que passa rápido no céu
96. Placas de zinco nas paredes dos prédios
97. Zona de cargas e descargas
98. Andaimes das obras
99. Lista de emails recebidos
100. Decidir-se uma final de futebol nos penaltis
PROCEDIMENTO
“Se repararmos bem, todos os dias há riscos que cruzam o nosso caminho, quer de forma literal (no chão, no ar, ao nosso redor), quer de forma metafórica (escolhas perigosas ou com consequências desagradáveis). Basta abrir os olhos e ver. Foi o que fiz! Passei o meu dia-a-dia a pente fino (o pente também tem riscos) e passei a ver tudo com mais atenção. Anotei-os todos num bloco que andava sempre no meu saco e cheguei à contagem de 100. Podia ter continuado, mas corria o risco de me fartar (ou de ficar louca!). Assim, consegui fazer uma lista de riscos do meu dia-a-dia e ficar com a atenção mais desperta para os pequenos pormenores que me rodeiam.”
Patrícia Leitão
1. Faixas de rodagem
2. Passadeiras
3. Linha contínua
4. Cabos de alta tensão
5. Cabos de eletricidade nos túneis
6. Varões de um carrossel
7. Ramos de árvores
8. Tabuinhas de madeira da mesa e das cadeiras de jardim
9. Ponte ede
10. Viaduto
11. Postes de eletricidade
12. Campo de ténis
13. Bola de ténis
14. Rede do campo de ténis
15. Cadeira de árbitro de ténis
16. Marcas da tostadeira na torrada
17. Ponteiros do relógio
18. Lugares de estacionamento
19. Cordões das sapatilhas
20. Trela do meu cão, Nico
21. Marcas no bacalhau assado na brasa
22. T-shirts às riscas que experimentei numa loja
23. Código de barras
24. Atravessar a passadeira com o sinal vermelho
25. Riscas no punho da camisa do senhor que viaja ao meu lado no metro
26. Gruas que se veem na minha rua e na cidade do Porto
27. Carris do metro
28. Linhas de eletricidade do metro
29. Risco amarelo no limite das plataformas do metro
30. Três traços no limite de cada degrau das escadas das estações do metro
31. Escadas rolantes
32. Mapa das linhas do metro nas estações e carruagens
33. Traços dos segundos num relógio gigante numa publicidade na estação da Trindade
34. Mecos para impedir o estacionamento
35. Gradeamento das escolas
36. Mastros sem bandeira na fachada da escola Rodrigues de Freitas
37. Divisões dos vidros das janelas
38. Bancos de pedra no largo em frente à escola Rodrigues de Freitas
39. Troncos de árvores
40. Estacas de madeira que seguram árvores jovens
41. Caleiras das casas
42. Canos que escoam a água das caleiras
43. Sinal de proibido
44. Grelhas de ventilação nos prédios
45. Sombra do gradeamento nos passeios às 13h30 num dia de sol
46. Sair de casa sem casaco com tempo instável
47. Sinal de rua sem saída
48. Alça da bolsa a tiracolo nas costas das pessoas que caminham à minha frente
49. Troncos finos de palmeiras
50. Cruz na capela do Bom Sucesso
51. Fita que delimita perímetro de circulação proibida
52. Tampas pequenas dos bueiros
53. Estacas das orquídeas na montra de uma florista
54. Logotipo da NOS
55. Livros nas prateleiras de uma livraria
56. Traços amarelos na capa do livro “Todas as crónicas” de Clarice Lispector
57. Anotar os riscos num bloco de notas enquanto caminho
58. Consultar o email no telemóvel
59. Rabiscos feitos num papel para ver se a caneta escreve
60. Ranhura feita numa lata para a reutilizar como mealheiro
61. Placas com os números dos autocarros nas paragens
62. Portadas antigas das janelas
63. Grades nas janelas das casas
64. Persianas totalmente descidas
65. Persianas descidas até meio da janela
66. Caixas do correio à porta dos prédios
67. Grades amarelas para assinalar obras
68. Espadas de São Jorge em floreiras nas varandas
69. Antenas nos telhados
70. Estendal de cordas nas varandas ou traseiras dos apartamentos
71. Varões amarelos nas portas dos autocarros
72. Sinal proibido parar e estacionar
73. Sinal proibido estacionar
74. Antenas dos carros
75. Sapatilhas Adidas das pessoas que viajam no metro
76. Riscas do colete refletor
77. Traços do painel de velocidade km/h do carro
78. Traços do painel de depósito da gasolina
79. Traços dos caracteres chineses num letreiro
80. Picos dos catos no quintal da minha mãe
81. Intercomunicadores à porta dos prédios
82. Raios das rodas das bicicletas
83. Formulário “Mapa de Serviços” afixado na entrada do prédio pelo condomínio
84. Dentes da escova de cabelo da minha mãe
85. Piaçabas da vassoura da cozinha
86. Fecho-éclair dos casacos
87. Sistema de ventilação no teto das carruagens do metro
88. Headphones ligados aos telemóveis das pessoas que viajam no metro
89. Andar com crianças no metro em dia de jogo no Dragão
90. Celebrar um golo do FCP num café repleto de adeptos benfiquistas
91. Linha amarela nas ruas
92. Carris dos elétricos
93. Não se colocar à direita nas escadas rolantes do metro
94. Insinuar que a comida feita pela mãe não está tão saborosa nesse dia
95. Rasto do avião que passa rápido no céu
96. Placas de zinco nas paredes dos prédios
97. Zona de cargas e descargas
98. Andaimes das obras
99. Lista de emails recebidos
100. Decidir-se uma final de futebol nos penaltis
PROCEDIMENTO
“Se repararmos bem, todos os dias há riscos que cruzam o nosso caminho, quer de forma literal (no chão, no ar, ao nosso redor), quer de forma metafórica (escolhas perigosas ou com consequências desagradáveis). Basta abrir os olhos e ver. Foi o que fiz! Passei o meu dia-a-dia a pente fino (o pente também tem riscos) e passei a ver tudo com mais atenção. Anotei-os todos num bloco que andava sempre no meu saco e cheguei à contagem de 100. Podia ter continuado, mas corria o risco de me fartar (ou de ficar louca!). Assim, consegui fazer uma lista de riscos do meu dia-a-dia e ficar com a atenção mais desperta para os pequenos pormenores que me rodeiam.”