OS 2 PRIMEIROS PARÁGRADOS D’OS MAIAS, DE EÇA DE QUEIRÓS, DE ACORDO COM UMA REFORMA ORTOGRÁFICA PROPOSTA NO CONGRESSO BRASILEIRO
Gabriel Innocentini
A casa qe os Maias vieram abitar em Lisboa, no outono de 1875, era conhecida na vizinhansa da rua de S. Francisco de Paula, e em todo o bairro das Janelas Verdes, pela casa do Ramalhete ou simplesmente o Ramalhete. Apesar deste fresco nome de vivenda campestre, o Ramalhete, sombrio cazarão de paredes severas, com um renqe de estreitas varandas de ferro no primeiro andar, e por sima uma tímida fila de janelinhas abrigadas à beira do telhado, tinha o aspecto tristonho de Residência Eclesiástica qe competia a uma edificasão do reinado da Sr.ª D. Maria I: com uma sineta e com uma cruz no topo assimilarseia a um Colégio de Jesuítas. O nome de Ramalhete provinha de serto dum revestimento quadrado de azulejos fazendo painel no lugar heráldico do Escudo de Armas, qe nunca xegara a ser colocado, e representando um grande ramo de girasóis atado por uma fita onde se distingiam letras e números duma data.
Longos anos o Ramalhete permanecera dezabitado, com teias de aranha pelas grades dos postigos térreos, e cobrindose de tons de ruína. Em 1858 Monsenhor Bucarini, Núncio de S. Santidade, visitarao com ideia de instalar lá a Nunciatura, seduzido pela gravidade clerical do edifísio e pela paz dormente do bairro: e o interior do casarão agradaralhe também, com a sua disposisão apalasada, os tetos apainelados, as paredes cobertas de frescos onde já desmaiavam as rosas das grinaldas e as faces dos Cupidinhos. Mas Monsenhor, com os seus ábitos de rico prelado romano, necessitava na sua vivenda os arvoredos e as águas dum jardim de luxo: e o Ramalhete possuía apenas, ao fundo dum terraso de tijolo, um pobre qintal inculto, abandonado às ervas bravas, com um sipreste, um sedro, uma cascatasinha seca, um tanqe entulhado, e uma estátua de mármore (onde Monsenhor reconheceu logo Vénus Citereia) enegrecendo a um canto na lenta humidade das ramagens silvestres. Além disso, a renda qe pediu o velho Vilasa, procurador dos Maias, pareceu tão exagerada a Monsenhor, qe lhe perguntou sorrindo se ainda julgava a Igreja nos tempos de Leão X. Vilasa respondeu - qe também a nobreza não estava nos tempos do Sr. D. João V. E o Ramalhete, continuou desabitado.
FONTE http://educacao.uol.com.br/noticias/2014/08/20/senado-discute-fim-do-c-ch-e-ss-na-lingua-portuguesa.htm
Gabriel Innocentini
A casa qe os Maias vieram abitar em Lisboa, no outono de 1875, era conhecida na vizinhansa da rua de S. Francisco de Paula, e em todo o bairro das Janelas Verdes, pela casa do Ramalhete ou simplesmente o Ramalhete. Apesar deste fresco nome de vivenda campestre, o Ramalhete, sombrio cazarão de paredes severas, com um renqe de estreitas varandas de ferro no primeiro andar, e por sima uma tímida fila de janelinhas abrigadas à beira do telhado, tinha o aspecto tristonho de Residência Eclesiástica qe competia a uma edificasão do reinado da Sr.ª D. Maria I: com uma sineta e com uma cruz no topo assimilarseia a um Colégio de Jesuítas. O nome de Ramalhete provinha de serto dum revestimento quadrado de azulejos fazendo painel no lugar heráldico do Escudo de Armas, qe nunca xegara a ser colocado, e representando um grande ramo de girasóis atado por uma fita onde se distingiam letras e números duma data.
Longos anos o Ramalhete permanecera dezabitado, com teias de aranha pelas grades dos postigos térreos, e cobrindose de tons de ruína. Em 1858 Monsenhor Bucarini, Núncio de S. Santidade, visitarao com ideia de instalar lá a Nunciatura, seduzido pela gravidade clerical do edifísio e pela paz dormente do bairro: e o interior do casarão agradaralhe também, com a sua disposisão apalasada, os tetos apainelados, as paredes cobertas de frescos onde já desmaiavam as rosas das grinaldas e as faces dos Cupidinhos. Mas Monsenhor, com os seus ábitos de rico prelado romano, necessitava na sua vivenda os arvoredos e as águas dum jardim de luxo: e o Ramalhete possuía apenas, ao fundo dum terraso de tijolo, um pobre qintal inculto, abandonado às ervas bravas, com um sipreste, um sedro, uma cascatasinha seca, um tanqe entulhado, e uma estátua de mármore (onde Monsenhor reconheceu logo Vénus Citereia) enegrecendo a um canto na lenta humidade das ramagens silvestres. Além disso, a renda qe pediu o velho Vilasa, procurador dos Maias, pareceu tão exagerada a Monsenhor, qe lhe perguntou sorrindo se ainda julgava a Igreja nos tempos de Leão X. Vilasa respondeu - qe também a nobreza não estava nos tempos do Sr. D. João V. E o Ramalhete, continuou desabitado.
FONTE http://educacao.uol.com.br/noticias/2014/08/20/senado-discute-fim-do-c-ch-e-ss-na-lingua-portuguesa.htm