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RESUMO
"Aula" começou por ser uma aula real, sobre as Conferências do Casino, em 1871 (sobre as cinco conferências realizadas, a sexta conferência censurada, o amordaçamento de uma geração). Durante a aula, a tinta da caneta, no quadro, resistia ao apagamento: pedia um exigente esforço muscular, a performance de uma luta.
Donde várias «erasures»:
a da História, através da censura;
a da aula, através de um quadro que se preenche e se apaga;
a da memória e do esquecimento;
a da morte.
E, em torno desses vazios, a performance que repete os gestos opostos da escrita e do esvaziamento - mas agora repetindo-os, encenando-os, tomando posse deles pela própria insistência que os convoca.
No fim, não resta qualquer escrito, programa, matéria dada, sumário produtivo: somente o apagador, buraco negro de datas, nomes e acontecimentos já ilegíveis.