A QUEDA DO PARAÍSO
Maria Ribeiro
Lá vai donzela
P’la rua escura
Cai a luz vermelha
No pelo da cadela
Já mulher madura
Empurra a cadela velha
Lá vai a velha
Outrora donzela
A carne agora é madura
De galinha rija e escura
Prova-a a nova cadela
E engasga-se ficando vermelha
Lá vai ela vermelha
Magra caída e velha
Quando antes era cadela
Agora é uma bela donzela
Deixou a vida da rua escura
E provou ser mulher madura
Lá vai a mulher madura
Sem qualquer mancha vermelha
De roupa limpa e não escura
De pele nova e não velha
Não feriu a donzela
Bem tentou a cadela
Lá vai chorosa a cadela
Deixando a carne madura
Não tinha filhos a donzela
Não tinha quem a deixasse vermelha
Despiu-se de velha
E escondeu a alma escura
Lá vai a alma escura
Sem corpo de cadela
Leva a manta velha
Esconde a maçã madura
Se a maçã fosse vermelha
Não seria uma donzela
Entra a velha na porta escura
Deixa a donzela junto à cadela
Cai madura a maçã vermelha
PROCEDIMENTO
Sextina
Maria Ribeiro
Lá vai donzela
P’la rua escura
Cai a luz vermelha
No pelo da cadela
Já mulher madura
Empurra a cadela velha
Lá vai a velha
Outrora donzela
A carne agora é madura
De galinha rija e escura
Prova-a a nova cadela
E engasga-se ficando vermelha
Lá vai ela vermelha
Magra caída e velha
Quando antes era cadela
Agora é uma bela donzela
Deixou a vida da rua escura
E provou ser mulher madura
Lá vai a mulher madura
Sem qualquer mancha vermelha
De roupa limpa e não escura
De pele nova e não velha
Não feriu a donzela
Bem tentou a cadela
Lá vai chorosa a cadela
Deixando a carne madura
Não tinha filhos a donzela
Não tinha quem a deixasse vermelha
Despiu-se de velha
E escondeu a alma escura
Lá vai a alma escura
Sem corpo de cadela
Leva a manta velha
Esconde a maçã madura
Se a maçã fosse vermelha
Não seria uma donzela
Entra a velha na porta escura
Deixa a donzela junto à cadela
Cai madura a maçã vermelha
PROCEDIMENTO
Sextina