ENTREVISTA A MARILYN MONROE
Márcia Santos
Marilyn Monroe é a nova aposta da SIC. Em entrevista no Jornal da Noite, a actriz e apresentadora de televisão, falou sobre os motivos que a levaram a trocar a NBC e a Twenty Century Fox pela SIC e explicou que objectivos tem para este novo projecto, e abordou também questões da vida pessoal.
MS (Márcia Santos) - Quando será a tua vinda para a SIC?
MM - Vai ser… as pessoas vão perceber quando vai ser.
(…) Eu percebi que era para aqui que eu queria vir, quando falei com o Daniel que eu percebi que queria vir. Eu trabalho no meio há 16 anos, e quem me conhece sabe que eu vibro com a televisão, pelo projecto, eu gosto realmente de fazer televisão. Darem-me um projecto novo, eu vou outra vez começar do zero, é do mais desafiante que pode existir.
MS – Estás a adiantar-te muito… hah hah hah (risos no estúdio).
Mas podes mesmo explicar como agarraste este projecto?
MM - Bem, a SIC propôs-me este novo desafio e eu aceitei, nunca disse que não a nenhum desafio. Era um concurso para combater as audiências do programa da RTP, com o Fernando Mendes (“O Preço Certo”).
MS – Como é possível trocares o teu trabalho de “Rainha de Hollywood” ou “Loira Sedutora”?
MM - Era o conforto que eu não gostava. Eu podia estar mais 10 ou 20 anos na NBC, mas já não era desafiante para mim. O Manuel Luís Goucha não se surpreendeu com a minha decisão. Sentia que já era o meu fim de linha.
Esta foi uma decisão muito solitária. A decisão foi tomada na primeira reunião. (…)
MS – Há quem diga que a televisão generalista vai morrer. O que pensas fazer para combater este fenómeno, generalizado nas famílias portuguesas?
MM - Há muito por fazer. Eu acredito que se fizermos com coração, chegamos lá. Recebo muitas mensagens como deves calcular. E houve uma história de uma senhora que me marcou até hoje. Ela tinha um filho de oito meses que gritava sempre quando eu, (e sabes que eu falo alto) dizia: “Está Certo!” Pois o filho faleceu, com oito meses e ela disse-me que esteja ele onde estiver para eu continuar a gritar.
MS – Houve pessoas que te chamaram de traidora, falsa, o que queres é dinheiro, sabes isso?
MM – Sim, sei e mais coisas. (…) Fui público de televisão durante muitos anos. Eu cresci numa terra pequena e via também televisão. Mas percebo os sinais e leio tudo. É um grande desafio estar aqui agora sozinha. A NBC viu-me crescer e eu só estou muito grata por isso.
MS – Ao longo de 15 anos que fazes cinema, vais acompanhando o que se faz lá fora na tua área?
MM - Sempre. Quando somos os primeiros cometemos sempre erros. Temos sempre esse impacto. Começamos sempre uma coisa nova. Quando aceitei o convite, dois dias depois, tinha quinze programas feitos. Por exemplo, eu tenho aqui este copo e eu tenho que dizer ao público que este copo é o melhor do mercado, E, de facto, é.
MS – Sabes que as redes sociais vieram para ficar e cada vez mais. Pergunto-te, como podemos contornar esta nova era de comunicação?
MM - As redes sociais funcionam essencialmente como Teasers. Tu podes fazer um programa on-line e há público para isso, mas depois as pessoas questionam quando vêm para a televisão.
MS – Há quem veja de perto a tua vida pessoal e familiar. Fotos com o teu filho, por exemplo.
MM - Durante algum tempo isso foi uma coisa que me magoou. Eu queria que o meu filho fosse meu filho e não da Marilyn Monroe. Eu só queria que ele tivesse orgulho em mim. Ou seja, eu protejo muito o meu filho. Há uma parte minha muito privada que não quero partilhar com ninguém. O meu não sabe o que é um evento. Não quero que ele seja fascinado. Foi para a escola pública ou privada? Andou sempre numa escola pública.
O meu filho foi a segunda pessoa a saber que eu ia para a SIC. Vou ter que ver as novelas da SIC. Foi a resposta dele. Mas é uma coisa tão natural. É difícil esta mudança. Estou muito feliz.
MS – Em relação à tua vida amorosa, às pessoas quase que é obrigatório dar-lhes a conhecer a tua vida, sabes isso? Tiveste três casamentos, três divórcios e um aborto.
MM - As pessoas têm o direito de me conhecer e isso eu faço todos os dias quando entro nas casas das pessoas diariamente, através dos programas e da tela do grande ecrã. Porque só a Marilyn de verdade é que lá está. Quando dou uma entrevista, falo do meu filho. Enquanto figuras públicas, sabemos disso. Há uma ingratidão. Como é possível, ela vai ganhar mais…
Se andamos todos a falar de igualdades, ordenados, uma mulher pode ganhar mais do que um homem. Eu entrei para o cinema a ganhar 500€ durante muitos anos. Uma empresa privada só te paga aquilo que vai ganhar contigo. Ninguém fica numa empresa onde ganha mais do que dá! Eu sei que é muito difícil de acreditar e só quem me conhece sabe que sou assim. Eu não aceitei este convite por dinheiro. Aliás, não faz muita diferença para o que eu ganhava na NBC.
Agradeço para o resto da vida o que me deram na NBC e na Twentieth Century Fox, mas aceitei este desafio pelo projecto, por pensar da mesma forma que o Daniel em televisão. E, honestamente, o que me deram, eu paguei.
PROCEDIMENTO
Entrevista faux
FONTE
https://sicnoticias.sapo.pt/pais/2018-09-17-A-entrevista-a-Cristina-Ferreira-na-integra
Márcia Santos
Marilyn Monroe é a nova aposta da SIC. Em entrevista no Jornal da Noite, a actriz e apresentadora de televisão, falou sobre os motivos que a levaram a trocar a NBC e a Twenty Century Fox pela SIC e explicou que objectivos tem para este novo projecto, e abordou também questões da vida pessoal.
MS (Márcia Santos) - Quando será a tua vinda para a SIC?
MM - Vai ser… as pessoas vão perceber quando vai ser.
(…) Eu percebi que era para aqui que eu queria vir, quando falei com o Daniel que eu percebi que queria vir. Eu trabalho no meio há 16 anos, e quem me conhece sabe que eu vibro com a televisão, pelo projecto, eu gosto realmente de fazer televisão. Darem-me um projecto novo, eu vou outra vez começar do zero, é do mais desafiante que pode existir.
MS – Estás a adiantar-te muito… hah hah hah (risos no estúdio).
Mas podes mesmo explicar como agarraste este projecto?
MM - Bem, a SIC propôs-me este novo desafio e eu aceitei, nunca disse que não a nenhum desafio. Era um concurso para combater as audiências do programa da RTP, com o Fernando Mendes (“O Preço Certo”).
MS – Como é possível trocares o teu trabalho de “Rainha de Hollywood” ou “Loira Sedutora”?
MM - Era o conforto que eu não gostava. Eu podia estar mais 10 ou 20 anos na NBC, mas já não era desafiante para mim. O Manuel Luís Goucha não se surpreendeu com a minha decisão. Sentia que já era o meu fim de linha.
Esta foi uma decisão muito solitária. A decisão foi tomada na primeira reunião. (…)
MS – Há quem diga que a televisão generalista vai morrer. O que pensas fazer para combater este fenómeno, generalizado nas famílias portuguesas?
MM - Há muito por fazer. Eu acredito que se fizermos com coração, chegamos lá. Recebo muitas mensagens como deves calcular. E houve uma história de uma senhora que me marcou até hoje. Ela tinha um filho de oito meses que gritava sempre quando eu, (e sabes que eu falo alto) dizia: “Está Certo!” Pois o filho faleceu, com oito meses e ela disse-me que esteja ele onde estiver para eu continuar a gritar.
MS – Houve pessoas que te chamaram de traidora, falsa, o que queres é dinheiro, sabes isso?
MM – Sim, sei e mais coisas. (…) Fui público de televisão durante muitos anos. Eu cresci numa terra pequena e via também televisão. Mas percebo os sinais e leio tudo. É um grande desafio estar aqui agora sozinha. A NBC viu-me crescer e eu só estou muito grata por isso.
MS – Ao longo de 15 anos que fazes cinema, vais acompanhando o que se faz lá fora na tua área?
MM - Sempre. Quando somos os primeiros cometemos sempre erros. Temos sempre esse impacto. Começamos sempre uma coisa nova. Quando aceitei o convite, dois dias depois, tinha quinze programas feitos. Por exemplo, eu tenho aqui este copo e eu tenho que dizer ao público que este copo é o melhor do mercado, E, de facto, é.
MS – Sabes que as redes sociais vieram para ficar e cada vez mais. Pergunto-te, como podemos contornar esta nova era de comunicação?
MM - As redes sociais funcionam essencialmente como Teasers. Tu podes fazer um programa on-line e há público para isso, mas depois as pessoas questionam quando vêm para a televisão.
MS – Há quem veja de perto a tua vida pessoal e familiar. Fotos com o teu filho, por exemplo.
MM - Durante algum tempo isso foi uma coisa que me magoou. Eu queria que o meu filho fosse meu filho e não da Marilyn Monroe. Eu só queria que ele tivesse orgulho em mim. Ou seja, eu protejo muito o meu filho. Há uma parte minha muito privada que não quero partilhar com ninguém. O meu não sabe o que é um evento. Não quero que ele seja fascinado. Foi para a escola pública ou privada? Andou sempre numa escola pública.
O meu filho foi a segunda pessoa a saber que eu ia para a SIC. Vou ter que ver as novelas da SIC. Foi a resposta dele. Mas é uma coisa tão natural. É difícil esta mudança. Estou muito feliz.
MS – Em relação à tua vida amorosa, às pessoas quase que é obrigatório dar-lhes a conhecer a tua vida, sabes isso? Tiveste três casamentos, três divórcios e um aborto.
MM - As pessoas têm o direito de me conhecer e isso eu faço todos os dias quando entro nas casas das pessoas diariamente, através dos programas e da tela do grande ecrã. Porque só a Marilyn de verdade é que lá está. Quando dou uma entrevista, falo do meu filho. Enquanto figuras públicas, sabemos disso. Há uma ingratidão. Como é possível, ela vai ganhar mais…
Se andamos todos a falar de igualdades, ordenados, uma mulher pode ganhar mais do que um homem. Eu entrei para o cinema a ganhar 500€ durante muitos anos. Uma empresa privada só te paga aquilo que vai ganhar contigo. Ninguém fica numa empresa onde ganha mais do que dá! Eu sei que é muito difícil de acreditar e só quem me conhece sabe que sou assim. Eu não aceitei este convite por dinheiro. Aliás, não faz muita diferença para o que eu ganhava na NBC.
Agradeço para o resto da vida o que me deram na NBC e na Twentieth Century Fox, mas aceitei este desafio pelo projecto, por pensar da mesma forma que o Daniel em televisão. E, honestamente, o que me deram, eu paguei.
PROCEDIMENTO
Entrevista faux
FONTE
https://sicnoticias.sapo.pt/pais/2018-09-17-A-entrevista-a-Cristina-Ferreira-na-integra